Decadência
Decadência
Marco Sartorato
Depois,
Eu não tenho vinco, aplico, afinco,
O gume da adaga na língua risco, arrisco,
Faço o atropelo, pelo, pelo, de pelo menos um tempo,
No auto que conduzo afrouxo o cinto
E sinto a pressão no expresso abuso do meu lamento.
Por que a pressa é o destrave do destino
E a que peço toma posse do mesmo que mereço.
Em mim a dor é no rim e não nos tempos do fim.
Do sofrimento lento não tenho medo nem desalento.
E quando acaba, é a hora do nada.
A morte aparece aparente num parente a minha frente.
E o tormento só existe na mente demente que mente.
Porque não faria assim o puritano persistente.
A ignorância sua, por excelência é a evidência,
Do que ocorre com a minha decadência.
Ora pois.