Noites Infinitas
Noites sem fim nesse dia infinito
E as paredes do quarto a me sufocar
Um mundo gigante a se limitar
Nas asperezas da vida... Na mesa de um bar
Noites distantes onde a mente retumba
Um grito de angústia... Um copo vazio
Um corpo disforme... Um olhar penetrante
E já não questiono nem o garçom... Nem o universo
Noites sem lua, sem frio, sem esperança
Sentimentos bradam os gestos desfeitos
Onde a poesia se perdeu... Incompreendida
E os homens escravos... Esqueceram-se de viver
Noites eternas como um piscar de olhos
Olhos vigilantes... Resumidos em lágrimas
Olhares que se apaixonam sem se cruzarem
E desperdiçam todas as oportunidades únicas
Noites onde escrevo a minha solidão
Sem tristeza... Sem mácula... Sem pudor
Preso nessas entranhas envelhecidas
Amarrado a esse gentil calabouço maternal
Noites que resolvo voar em divagações
Noites que escorrem pelas sarjetas... E o sangue
Lava as mãos famintas de você... Que espera
O toque carinhoso... O beijo quente... O amor