Senhores Feudais
Ei vocês/
Que se pintam de cidadãos/
Pra vencer as eleições/
Que se escondem atrás das portas/
Pra não ouvirem a dor dos miseráveis pedir atenção/
Vocês que vestem galantes roupas/
Usam imponentes anéis de ouro e diamante/
Carros em couro e teto solar/
E gastam nossos tesouros/
Comprando vaidades/
A comprometer o futuro dos nosso filhos/
Ponham as mãos na consciência/
E alma no coração/
Pois que é sua responsabilidade/
Quando, por falta de estrutura na cidade morre uma vida/
Quando, por falta de emprego famílias passam necessidades/
Quando ruas e avenidas escuras patrocinam bandidos e prostituições/
Temam em seus doces sonhos/
Não dá mais pra aguentar essa dor incisiva latejar na carne das vias da sanidade/
O povo vai acordar/
Vai sair dos esgotos/
E em trapos vai fazer refém o seu sossego/
Tomar a força os seus bens/
Atormentar os seus dias e acorrentar os seus leitos/
Vocês vão ver como é viver/
Balbuciando na boca a ânsia, noite e dia, por uma justiça lenta no direito/
Assistir a lei em parceria com a corrupção falar em Democracia/
Sobretudo fazer da liberdade, uma igualdade injusta/
E o que é pior ver seus netos, sem sonhos e nem heróis/
Quererem ser milicianos ou traficantes/
Ei vocês/
Que nem sabem, o que é acordar de manhã e não ter o que comer e nem aonde ir/