Cães da Boemia
Guitarras gritantes nos becos vazios
Latidos soberbos ecoam pela noite
E o frio endurece os corações
Copos de uísque e um blues sorrateiro
Cigarros nos cinzeiros a meia brasa
Olhares famigerados ou esquecidos
Histórias de assassínios brutais
O falecimento de mais uma dose
Corpos desnutridos caminham
Com suas barbas brancas e sujas
Ouço murmúrios do lado de fora
E a guitarra grita antigos sentimentos
Madrugadas caladas de mistérios
No quarto de hotel barato a morte
Despreocupada assiste a vida
Passando e beijando seus pés
E a guitarra já cansada
Recolhe-se a um novo dia
Inútil rotina... Cães da boemia
Agora embriagados e adormecidos