A esperança

Debaixo de um céu em chamas

A cidade reluz,

tudo parece um sonho

Daqui até a outro lado do mundo, meus gritos ascendem

Às fornalhas da vida, os pássaros choram

Os homens do tempo

Têm amor em seus bolsos

nada me agrada

Além do clamor das tempestades

À mim as miríades sufocavam

Minhas ilusões,

abracei o sol com seus meandros,

e vi-me sob os muros de tebas

E ao longo das horas me diziam que ja era a hora

Do jantar,

as mesas postas, a cidade obscura

Dormia calmamente em êxtase pulsante

Em seus infinitos olhares

Exaustos de percorrer os infinitos caminhos

Que se revelavam

Eu era uma criança alegre

Nos últimos anos, tudo abrasava

Ardentemente

em paixões vulgares

E os cínicos relógios sem tempo

Bradavam enlouquecidos, embriagados

E à noite vagava cansado

Com as roupas de cárcere e a vomitar o tédio

Sobre minha terra

E no meu canto escuro, rabiscava verdades

Num papel colorido, a janela fechada

Ignorava ademais, o que eu poderia ter sido

Nao vivi muito da minha alma errante

À mim enlouqueceram-se as horas

Como um poeta eu cantava à vida sem vida, dizendo

Que quando crescesse sopraria as trombetas

E o mundo seria um só

Não, o tempo não veio em justiça

Mas escreveremos nossos nomes

Em nossos epitáfios, cantaremos canções

É certo que os dias são outros

Mas porque haveríamos de nos remediar?

Bem se sabe, que somos uníssonos

O vazio do coração tornou-se enorme

Porém eu sofri, e amei

Como fraqueza humana

Despertai! Oh homens do mundo

Homens sem tempo

Os dias são outros

E a história, os acontecimentos Haveremos de conquista-los

E parti-los

Ao meio

Tal como as nuvens que florescem

sob um céu estrelado

Wilde
Enviado por Wilde em 27/08/2019
Código do texto: T6730847
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.