A esperança
Debaixo de um céu em chamas
A cidade reluz,
tudo parece um sonho
Daqui até a outro lado do mundo, meus gritos ascendem
Às fornalhas da vida, os pássaros choram
Os homens do tempo
Têm amor em seus bolsos
nada me agrada
Além do clamor das tempestades
À mim as miríades sufocavam
Minhas ilusões,
abracei o sol com seus meandros,
e vi-me sob os muros de tebas
E ao longo das horas me diziam que ja era a hora
Do jantar,
as mesas postas, a cidade obscura
Dormia calmamente em êxtase pulsante
Em seus infinitos olhares
Exaustos de percorrer os infinitos caminhos
Que se revelavam
Eu era uma criança alegre
Nos últimos anos, tudo abrasava
Ardentemente
em paixões vulgares
E os cínicos relógios sem tempo
Bradavam enlouquecidos, embriagados
E à noite vagava cansado
Com as roupas de cárcere e a vomitar o tédio
Sobre minha terra
E no meu canto escuro, rabiscava verdades
Num papel colorido, a janela fechada
Ignorava ademais, o que eu poderia ter sido
Nao vivi muito da minha alma errante
À mim enlouqueceram-se as horas
Como um poeta eu cantava à vida sem vida, dizendo
Que quando crescesse sopraria as trombetas
E o mundo seria um só
Não, o tempo não veio em justiça
Mas escreveremos nossos nomes
Em nossos epitáfios, cantaremos canções
É certo que os dias são outros
Mas porque haveríamos de nos remediar?
Bem se sabe, que somos uníssonos
O vazio do coração tornou-se enorme
Porém eu sofri, e amei
Como fraqueza humana
Despertai! Oh homens do mundo
Homens sem tempo
Os dias são outros
E a história, os acontecimentos Haveremos de conquista-los
E parti-los
Ao meio
Tal como as nuvens que florescem
sob um céu estrelado