SEXTINA PARA MIRIAN TEODÓZIO
Quando casar-me com a morte ,
Sopre teu hálito o réquiem
Deste poeta que de tão relapso
Não passou por teu crivo .
Encarregue-se de minhas exéquias ,
Deixe-me no mais perfeito garbo .
Em meu ataúde de minucioso garbo
Sentirão inveja da minha morte .
Substituindo-me nas exéquias ,
Desejarão ser deles o meu réquiem
Que compuserste em detalhado crivo ,
Deixando ausente qualquer relapso .
Descrente de que fui relapso
Não descuides de meu garbo ,
Sei que posso confiar em teu crivo .
Clamuflaràs de beleza a minha morte
E ao som do teu réquiem
Comerão e beberão nas exéquias .
Ainda no calor gélido das exéquias
Comentários sobre o meu relapso
Misturarão-se a melodia do réquiem .
Não permitas que na ausência de garbo
Algum alcoólatra zombe da morte
Desonrando a certeza de seu crivo .
Com o perfeccionismo de um crivo ,
Procure colher (caso encontre) nas exéquias
Um cálice de lágrimas por minha morte ,
Garimpado de um amigo não relapso
Que na indumentária denuncie seu garbo
De quem lamuriou-se com teu réquiem .
E assim com este feérico réquiem
Dispersa cada um de olhar crivo ,
Agradeça a manutenção ambiente garbo
Que proporcionaram na presença das exéquias ,
Mesmo aquele que assíduo relapso
Não acreditou que casei-me com a morte .
Fui relapso na escassez do meu crivo ,
Que o réquiem empreguinado nas exéquias
Valorize o garbo da minha morte.
Mirian Teodózio - nossa garota prodígio de Pacatuba
no ramo da literatura e poesia .