Liberdade
Ah, a liberdade, enfim...
Dela posso sentir o delicioso gosto,
O vento tocando suave meu rosto,
Sem nada exigir de mim.
Posso dirigir meus passos
Para o lado e com o ritmo que bem quiser.
Para a direção e distância que me aprouver,
Pois não me sufocam apertados laços.
Mergulhar em diversos amores,
Conquistas de um dia, uma noite, uma hora
E de manhã, junto com a lua, já estará fora,
Levando consigo suas dores.
Ah, a liberdade, enfim...
E quando chegar a tristeza?
Quando vier aquela hora difícil, depressiva?
Em qual colo poderei deitar, passiva,
A dor de minha alma indefesa?
E quando me invadir o desespero,
Quais ouvidos receberão atentos,
Os sons confusos de meus lamentos,
Acolhendo esse meu destempero?
Quem restará ao meu lado
Quando tudo parecer sem sentido?
Quem ainda não terá partido
Quando , livre, tiver meu voo alçado?
Ah, a liberdade nunca é plena.
Vínculos e ligações destruídas.
Somados os ganhos, as perdas diminuídas,
Valerá mesmo a pena?