O Domador
O domador e sua vida
A serem domadas as fases
Acentuada as crases
Amansada pelo chicote
O domador de caminhos
Inerte ao animal interno
Que feroz desgasta-se
Em sua prisão temporária
O domador e sua coragem
Enfrentando a besta dos tempos
Guardando a face ao vento
E a vitória não é mais tardia
O domador de sua vontade
Amarrado aos grilhões amargos
Do alvorecer gelado e vazio
Por onde aceitou palpites
O domador de almas
Carrasco de si mesmo
Caminhante de histórias
Percussor do verbo solitário
O domador da morte
Que descansa em seu leito
Frio e aconchegante
Esperando as portas se abrirem
Para domar os últimos passos
Para adentrar ao lado de fora
Fora da vida... Fora da morte
Fora de alcance... Dentro do universo