ATO DE DESERÇÃO
Mesmo estando com a minha boca fechada
eles saíram todos de mala e cuia sem dó.
Vocês não podem me deixar sem nada!
A minha boca ficou murcha que vendo só.
Olhe para mim! Eu sou uma menina bela!
Vocês estão é faltando de respeito comigo!
Pôr alguém de boca fechada por estar banguela...
não se faz isso nem com o nosso pior inimigo.
Vamos! voltem à minha boca imediatamente!
Deixem de gracinha e voltem para o seu reduto.
De forma repentina eis que um revoltado dente
diz à menina: não voltaremos, cada um está puto
por não ser escovado, por não passar fio dental...
o limpador de língua, você, com certeza, desconhece,
assim como a sensação agradável de um enxaguante bucal.
A gente está indo embora porque senão a gente apodrece,
ou adquire tártaro, ou placa bacteriana ou halitose.
Queremos uma saúde bucal perfeita e todo santo dia!
Nada de pôr na boca alguma coisa que tenha sacarose,
nem chupeta; pois ela do caminho uma boa dentição desvia.
Vocês vão sair andando a esmo como indigentes?!
Não se preocupe. Temos um excelente local para morar.
Vamos morar na casa da nossa protetora fada dos dentes
por ser oposto de você, dignidade e carinho ela vai nos dar.
Fica triste não! Mesmo banguela você não ficará com fome.
Só não poderá comer coisas muito dura como amendoim.
Tchau! Estamos livres de tudo de mal que você consome.
Embora, amiguinhos, nossa presença aqui chegou ao fim.
Meus dentinhos, não me abandonem. Dê-me nova chance!
Se não cuidei de vocês direitinho não foi porque eu sou má.
Diante de suas reclamações, preciso de ajuda nesse lance.
Pedirei ajuda para minha mãe, meu pai e até para a babá.
Caso eles não saibam, vão pedir ajuda para um especialista.
Assim, quando chegarem à minha boca os dentes definitivos,
Vocês continuarão saudáveis sem precisar de algum dentista
e a fada dos dentes levará vocês, por serem dela nativos...
O FILHO DA POETISA