O abraço elegante da memória
Vem, curva lembrança, deslizante
água apressando-se entre os dedos,
toma
a forma deste cântaro
canta
sobre a fonte ressecada
e silencia.
Vem com tuas cortinas desfraldadas
bandeiras de um tempo esmaecido;
acena e depois some; e de um gemido
desdobra vãos sorrisos, mas candentes
luminárias de uma era evanescente
pertinazes contra a sombra – vem, lembrança,
andar comigo
que entre muros de mim mesmo me persigo
e já não acho senão rastros
pegadas contumazes em espaço
já fechado nos anéis de anos idos.
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Agora, uma interação com o poeta Jacó Filho, fino artesão do verso, poeta de alto calibre:
Trago desde outras vidas
Memórias, que me norteiam
Cada uma sendo gerida
Conforme luzes, mapeiam...
JACÓ FILHO
(Muito obrigado, poeta!)