Máquina Poética
Dá para imaginar?
Uma mão suja de graxa,
Que deixa os sonhos a ninar
Na roupa suja de fuligem e borracha?
Esta mão é a minha...
Que sorve a poesia do martelo
Nessa vida loucura...
Uma martelada no cravo, outra na ferradura.
Chave de fenda,
Chave de Philips,
Chave de boca... E a minha boca,
Seca dos versos que quero beber.
Conserta... Troca... Pinta... Lixa,
Lava... Arruma... Parafusa... Fixa.
Maquino na máquina...
Minha máquina poética a maquinar.
Meu carro, de precisão precisa.
O poeta de escrever precisa.
Porque às vezes vejo meu poetar voando
Como a quem vê as gaivotas voando ao longe...