MEU FILHO PERDIDO.

Todo meu rancor foi embora

quando pude sentir de você saudade

meu medo de ser só, minha vida

sem ter ido ou mesmo voltado

a angustia de mim alma afim

na desarmonia implacável desse frio

agoniza meu corpo nu, junto ao teu aquecendo

contemplando seu sono tranquilo

zelando a parte sanguinea que jorra sua veia

negativamente universal

doar o amor sem troca

sentindo a necessidade de sentir

simplesmente algo indefinido pra mim

voltaria o tempo, e pausaria aquele instante

não temeria mais, sentir segurança

nos braços de um desconhecido

chamar a parte dívida, e completar a família

nada seria mais perdido

nem separado por algo volúvel

o céu escureceu nesse meio dia

quando ouvi tua voz pequenina

me chamar, dormir sobre meu ombro paterno

mesmo sem saber quem sou

por onde andei, o que fiz, ou deixei de fazer por ti

fico em divida, sinto vergonha

ao mesmo tempo sinto alegria

quando resoa tua voz pequenina

pelo vazio da sala de poucos móveis

por sentir a necessidade do amor meu

que irradia de você pra mim

minha alma afim essa ressonância

que me trouxe sintonia

chega meus olhos rasos d'agua

ao te ouvir me chamar com essa voz pequenina

meu filho perdido, por ironia do destino

o universo compilado no brilho dos seus olhinhos

um sol que aquesceu meu planeta congelado

por muito tempo maltrado e escondido

na imensidão do desconhecido e inanimado

e por acaso essa conexão for cortado ou esquecido?

voltaremos a nos ver, por que você é meu filho.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 22/08/2019
Reeditado em 22/08/2019
Código do texto: T6726096
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