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Eu corro numa estrada escura

Onde não se vê um palmo à frente

Vejo vultos observando

Espreitando e desejando

Minha queda é o ápice de suas existências

Quão gloriosa é a autoafirmação

Nos erros alheios

Ofegante, respiro o ar frio

Congelando meus pulmões

E meu sangue quando não coagulado

Seco ou derramado

Esfria

Na noite onde a lua se esconde

Continuo dançando pelas ruelas

Afim de esquentar o sangue

Como era costumeiro fazer

Quando era destemido

Escondia os medos

Embaixo da capa

E cortinas de fumaça

A vivência cobra seu preço

Me desfiz tantas vezes

Que por vezes não reconheço

Quem é você que me olha de volta?

Que tinha planos enraizados

Desenhou a planta, a base

Então esperou que ali

Se erguesse algo forte, absoluto

Os rabiscos são só manchas

Do que podia ser

Seja sua casa

Pois se for o mundo

As ruas, aqueles que lá vagam

Estará perdido

Assim como eles

Daniel Jonathan
Enviado por Daniel Jonathan em 21/08/2019
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