Mais escritos na janela do coletivo
Eu corro numa estrada escura
Onde não se vê um palmo à frente
Vejo vultos observando
Espreitando e desejando
Minha queda é o ápice de suas existências
Quão gloriosa é a autoafirmação
Nos erros alheios
Ofegante, respiro o ar frio
Congelando meus pulmões
E meu sangue quando não coagulado
Seco ou derramado
Esfria
Na noite onde a lua se esconde
Continuo dançando pelas ruelas
Afim de esquentar o sangue
Como era costumeiro fazer
Quando era destemido
Escondia os medos
Embaixo da capa
E cortinas de fumaça
A vivência cobra seu preço
Me desfiz tantas vezes
Que por vezes não reconheço
Quem é você que me olha de volta?
Que tinha planos enraizados
Desenhou a planta, a base
Então esperou que ali
Se erguesse algo forte, absoluto
Os rabiscos são só manchas
Do que podia ser
Seja sua casa
Pois se for o mundo
As ruas, aqueles que lá vagam
Estará perdido
Assim como eles