VISCERAL

O mundo à margem de seus sustos

Compreende o avesso do delírio

Que a contamina até a medula --

Intoxicada por desejo

Vencido, a fermentar silêncios.

As palavras estão cansadas.

As canções retornam por vagas,

Baratas em fuga, incertezas

E a cidade sonha com mortos,

Seus mortos, seus agonizantes,

O fígado premeditando o bico,

Suplício titânico, a dor --

"Sonhei que te perdia, amor..."

Escapa, à tarde que se evade.

A sina dos iluminados

Ou, golpe de asa, a insanidade

Propondo perspectivas cruas,

Sem retoques, o mundo à margem.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 21/08/2019
Código do texto: T6725688
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