CIRCUNSTANCIALMENTE

Sonho é vida.

Albatrozes da solidão

Descortinam o céu plúmbeo.

A imagem argêntea da beleza

Deglutida pelo infinito.

Fragmenta-se o viver ortodoxo

Do tempo que, moribundo,

Lamenta-se numa tempestade

Carrancuda de idiotices

E, numa melancolia atroz,

Envenena a alma,

Aplicando-lhe a insensatez.

Diante da chuva que cai

Esvai-se o sentimento

Triturado pela noite insossa...

Íngremes sensações

Nocauteiam as ondas devassas,

Jogando-as perante as dúvidas

Já lesionadas pelo trator

De uma ambição inaudita.

Reles imagens

Duma canoa furada

Que desemboca na enseada

Os peixes íntimos

Das emoções flageladas

Pelo infortúnio das dores...

Águas revoltas

Da encruzilhada maltrapilha

Donde se abstrai o néctar

Duma saudade nacarada,

Massageada por um ínfimo

Desejo de amar...

Amar as circunstâncias...

Imprevisíveis!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 20/08/2019
Código do texto: T6725225
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