CIRCUNSTANCIALMENTE
Sonho é vida.
Albatrozes da solidão
Descortinam o céu plúmbeo.
A imagem argêntea da beleza
Deglutida pelo infinito.
Fragmenta-se o viver ortodoxo
Do tempo que, moribundo,
Lamenta-se numa tempestade
Carrancuda de idiotices
E, numa melancolia atroz,
Envenena a alma,
Aplicando-lhe a insensatez.
Diante da chuva que cai
Esvai-se o sentimento
Triturado pela noite insossa...
Íngremes sensações
Nocauteiam as ondas devassas,
Jogando-as perante as dúvidas
Já lesionadas pelo trator
De uma ambição inaudita.
Reles imagens
Duma canoa furada
Que desemboca na enseada
Os peixes íntimos
Das emoções flageladas
Pelo infortúnio das dores...
Águas revoltas
Da encruzilhada maltrapilha
Donde se abstrai o néctar
Duma saudade nacarada,
Massageada por um ínfimo
Desejo de amar...
Amar as circunstâncias...
Imprevisíveis!
DE Ivan de Oliveira Melo