Jogo perigoso
Uma boneca quebrada
Ferida de morte
Juntando os pedaços da sua existência
Nas águas gélidas e turvas, submergi
Sentindo o abraço da morte
Tão esperada...
A consumação em meus ossos
Suspiro de prazer
Observando a cidade de papel queimando
Arrastam-se pelas suas ruas
Grotescas sombras alquebradas
Sonhos e pesadelos labirínticos
Falsos espelhos espalham imagens
Mortiços vapores febris
Sem nexo, sem forma
Subtraem-nos o ar
Jogo perigoso de roubar a alma
Para criar fantasia
Despencar no abismo insano
Um nada, sem cordas
E lá buscar sentido
Perdi a pena depois
Como o cupim roendo as entranhas
De uma velha casa abandonada
Um leve suspirar
Sedimentou a letra para sempre