HALITO POETICO

HÁLITO POÉTICO

A poesia sopra

no vento

seu hálito natural,

que o espalha

nos ares urbanos

e rurais;

mas só os poetas

apreendem,

pelo impulso visual,

o encanto

instantâneo

do fazer poético

artesanal.

O vento faz

a poesia chegar,

como sua

cúmplice andeja,

nas diversas rotas

onde é mais bela

a natureza;

onde o amor mútuo

é exercido

com divina pureza;

onde árias

são cantadas

por sublimes

seres angelicais.

A todo momento,

a poesia viaja

no vento andarilho,

que a deixa,

como arte

a ser construída,

onde ela quiser;

contanto que,

onde ela esteja,

tenha um poeta

que lhe capte

a doação espontânea,

retribuindo-lhe

através de versos

simples, mas que

comovam o leitor.

Embora a poesia

sopre seu hálito

abstrato no vento,

pode-se vê-la também

na calmaria

da manhã,

no mormaço da tarde,

bem como

na quietude da noite;

e, em qualquer

desses instantes

de sua presença

abstrata,

o hálito poético

é apreendido

pelo poeta,

que, senhor

do seu ofício artístico,

delineia

e constrói,

enfim, o poema.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 20/08/2019
Código do texto: T6725098
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.