Anjo de Asas Profundas

O homem rescindia sua vestimenta,

numa tarde sóbria, quase cinzenta.

Remoçava o pranto de um escudo que levava no peito.

E num solene silêncio, ensandeceu.

Lágrimas escorriam seu rosto.

Um poço, um gosto, um fosso?

Atira-se ou lance-me se és capaz,

de saborear este incrível momento de paz.

Tirou os óculos, saboreou o horizonte

olhou em torno, enxergava ganância aos montes.

Então sobrevoou, sua alma, e sorriu,

sob as nuvens do céu, acenou e partiu.

Quem aqui ficou, enlouqueceu, chorou.

Todos sabiam que um anjo de asas profundas tornou.

Por todos, e todos, orou.

E foi naquele martílio que glorificou.