Expiação!
(do baú das Lembranças, portanto julgue somente a poesia)

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Diante da ara de pedra,
Premida a minh’alma,
tolhidos os sentimentos,
Transida de imensa dor,
eu trago sobre esse altar,
ungido pelas lágrimas,
que os meus olhos choram,
nosso amor em Holocausto,
e o ofereço inteirinho,
em Expiação agora!

Fizemos do nosso amor,
O mais velado templo,
Ali oferecíamos,
Um culto em seu louvor,
O nosso auto refúgio,
nosso jardim secreto,
onde somente eu e tu,
e nossos lindos sonhos,
ao adentrar cantávamos,
nossa alegria em versos!

mas olho ao meu redor
nem tua sombra vejo
Aonde você está
meu lindo e grande amor?
eu sei, "vozes soturnas,
de ardilosa solidão,
e de pérfidas lisonjas,
como se um harpejo
soassem ternas musicas
ao teu lindo coração

Querido, nos amamos,
eu sei e, também sabes,
que eu ja não suporto,
essa cruciante situação,
só me vingo em chorar,
e numa prece ardente,
peço a Deus justo e santo,
que enxugue o meu pranto,
essas lagrimas sentidas,
que em libação derramo,
em meio a esse desdém,
Atada e humílhada,
aos chifres desse altar!


ah, como eu queria,
erguer minha cabeça,
secar as minhas lagrimas,
e, bem alto a elevar,
poder olhar de perto,
bem dentro dos teus olhos,
e ver escrito Eu te amo,
dentro do teu olhar!
mas diante dessa ara,
tétrica, horrenda e vazia,
sou nada, sou só um caco,
inanimado, sem vida,
ao invés de canto alegre,
entoo uma elegia,
sem poder te evocar!



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Antes que leiam a palavra EVOCAR e a interpretem errada, eis aí

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Tornar presente pela lembrança:
lembrarrecordarrelembrarmemorarrememorar.


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Linda interação que recebei do Querido Poeta Jacó Filho a que, agradeço pelo carinho e apreciação ao meu poema.

A memória fez-se templo, 
Onde tanto glorifico, 
Tudo que vivi contigo, 
E com saudade, me lembro!
Ahavah
Enviado por Ahavah em 19/08/2019
Reeditado em 20/08/2019
Código do texto: T6724230
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