Cacos de vidro
Eu estava aqui juntando os cacos de vidro que você deixou
Percebi que não preciso mais deles, você pode levar embora
Estão guardados aqui dentro onde você os deixou
Espalhados ao vento, cortando os outros lá fora
Esse sou eu, sou cacos de vidro espalhados, fragmentos
De mim mesmo, do que um dia fui, sou o restante
De um pequeno frasco que um dia guardado na estante
Caiu por descuido, por que não me cuido
Me varro do chão me junto e me colo
Então já estou deitado em teu colo
Sabendo que vidro somente eu sou
Em qual estante minha marca ficou?
Eu espero somente que o vidro apagado
Um vaso de vidro empoeirado
Possa alegrar-te os cacos ao vento
Possa não ferir o resto do sentimento
E mesmo que hoje corte, e não brilhe como antes
Ainda te espero em nossa estante.