Cartela do tempo

Meu coração de gangorra

Ainda que eu corra

Não se distância do sol.

Ainda vem infância

No giro da gigante roda

Eu dando voltas pião

E o meu coração não repousa...

Ainda que eu corra

Meus pés no vai e vem

Brincam de elástico

No terreno baldio da saudade

Brinco de tica

No tatame da sorte

Enquanto passa o anel

Ou se é feliz no cai no poço

E eu corro, enquanto se esconde

Essa brisa mansa de solidão.

A gente se encontrava na esquina

Trocava as garrafas por picolé

Curava chulé com topada

E carregava nos braços

O embrulho da felicidade...

Eu rodando aqui

Essa roleta de sonhos

Enquanto apita o trem

Do bem que me quer feliz.

Marcus Vinicius