CONTRATURAS
Meu corpo desabou... Convulsão?
Inicialmente tremi, cambaleei...
Segurei-me em mim mesmo, tonto.
Despenquei aturdido, constrangido
E meu olhar enxergava as nuvens.
Densa poeira no ar, névoa íntima.
Bruxuleante agonia, tiritava à beça,
Frio e calor concomitantes... abalo
Em um corpo que mergulhou na solidão
Do vazio dentre as almofadas de pedra.
Senti ondular-me em meio às cataratas
Imaginárias das horas inexoráveis...
Oscilei entre a amnésia e a razão.
No fluxo e refluxo da mente azoada,
Floresceu em minh’alma a turbulência
De um inconsciente rabugento e cínico,
Desnorteador dos hemisférios plásticos
Donde se obtém o dízimo da existência.
Dissimulada magia iludia o raciocínio,
Controlando os pontos cardeais do torso.
Meu talhe era desolador... inexpugnável!
Sorvi da energia a vontade firme de viver,
Porém, talvez, chegasse para mim um fim
Tão brutal e ecumênico quanto à ética.
Estava apoplético o trânsito da reflexão.
Rajadas de dores invadiam o âmago mirrado.
Contundentes migrações surgiam cabisbaixas,
Carregando o pensamento enfermo e solitário.
No vaivém das ideologias, contracenei a sós
Diante da manjedoura onde se gerava perfume!
DE Ivan de Oliveira Melo