CONTRATURAS

Meu corpo desabou... Convulsão?

Inicialmente tremi, cambaleei...

Segurei-me em mim mesmo, tonto.

Despenquei aturdido, constrangido

E meu olhar enxergava as nuvens.

Densa poeira no ar, névoa íntima.

Bruxuleante agonia, tiritava à beça,

Frio e calor concomitantes... abalo

Em um corpo que mergulhou na solidão

Do vazio dentre as almofadas de pedra.

Senti ondular-me em meio às cataratas

Imaginárias das horas inexoráveis...

Oscilei entre a amnésia e a razão.

No fluxo e refluxo da mente azoada,

Floresceu em minh’alma a turbulência

De um inconsciente rabugento e cínico,

Desnorteador dos hemisférios plásticos

Donde se obtém o dízimo da existência.

Dissimulada magia iludia o raciocínio,

Controlando os pontos cardeais do torso.

Meu talhe era desolador... inexpugnável!

Sorvi da energia a vontade firme de viver,

Porém, talvez, chegasse para mim um fim

Tão brutal e ecumênico quanto à ética.

Estava apoplético o trânsito da reflexão.

Rajadas de dores invadiam o âmago mirrado.

Contundentes migrações surgiam cabisbaixas,

Carregando o pensamento enfermo e solitário.

No vaivém das ideologias, contracenei a sós

Diante da manjedoura onde se gerava perfume!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 17/08/2019
Código do texto: T6722853
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