Vinde a mim os bêbados, os loucos, os poetas !
Todos os que varrem a madrugada
guiados por vozes de lábios benditos,
e sangram em silêncio a alma a nanquim !
Cada gota do vosso sangue
lembra os naufrágios, as tormentas,
as vigílias e as batalhas vencidas,
pois que sois flâmulas forjadas a tinta
e até o fim deste tempo
ei de beber convosco à palavra alada !,
para que quando nos reste mais nada
além do canto atro da morte,
que em nossos olhos gastos,
nos caiba a sorte de levar uma estrela .