POETA MORADOR DE RUA DE SÃO PAULO

Queridos amigos, meu marido, em um trabalho que faz de distribuição de café da manhã no centro velho de São Paulo, recebeu alguns poemas de um morador de rua. Uma delas repasso abaixo e anexo, as demais irei enviando oportunamente. Como também tenho alma de poeta, resolvi escrever poemas em resposta a este grande e especial poeta de rua, aguardem...

Bjs e fiquem com Deus.Diana Lima

A CONSCIÊNCIA QUE CAMINHA PARA O MUNDO CONTINUAR RACIONAL

Inverno, muito frio, muito frio

É noite, há algumas estrelas no céu

Há claridade na praça iluminada

Tem carência de proteção

Estende o papelão no chão e deita

Teve frio nas noites anteriores

-Irmão, amigo quer um cobertor?

-Está frio esta noite

Esta pessoa se vai deixando o cobertor

Para o morador de rua, fica o cobertor

E a expressão daquela pessoa que ao mesmo

Tempo séria, expressa contentamento

Abre o cobertor, cobrindo-se, o frio passa

Cobrindo a cabeça diminui a carência

De proteção e sente-se protegido para dormir

Sente a sensação que um passado não é o presente

Adormecendo, antes sente raiva, controla-se

O subconsciente não está tranquilo, sabe que

Está em local não digno, é um disparate,

Pessoas estranhas a ele dormem ali também

Barulho de veículo e de andar

-Amigos, estão acordados? Querem:

-Sopa ou café com leite quente e lanche

-A noite está fria, fiquem com Deus

Olhos nos olhos, sorriso na face

Expressão de quem cumpriu uma missão

Como obrigação e consciência que realmente

Está diminuindo a fome e o abandono.

AUTOR: SILVIO LUIZ MONTEIRO DE OLIVEIRA

MORADOR DE RUA, SÃO PAULO/SP 23/09/2007

Diana Lima
Enviado por Diana Lima em 28/09/2007
Código do texto: T672112