CONSTATAÇÃO
Se pudesse ensacar meus erros,
Prendê-los com corda de ferro,
Embalsamá-los com cimento forte,
E, ao final, jogá-los do alto do precipício
Para que virassem pó e se diluíssem no infinito,
Ficaria com a alma branda
E cessariam os gritos
As lágrimas exageradas
Os perdões emparedados,
A necessidade de manter os olhos abaixados
E as mãos trementes a se contorcerem.
Mas qual?
Eles insistem em me castigar
Mesmo que os implore
E ponha-me a ajoelhar.
Erros são pesados,
Amarrando o ser ao passado.