Sayonara
Lembro muito bem quando ela disse que partiria
Com aquele jeitinho particular todo seu, lindo,
Acenando com as mãos como se um lenitivo,
Dizendo que “sayonara” significa até logo, estou indo,
Mas que ainda nos veríamos, não era definitivo,
Sem me explicar para onde ou mesmo quando iria.
Iniciara mais um inverno frio, era mês de julho,
Mas já se sentia no ar os eflúvios da primavera
Com as cerejeiras cobrindo-se de róseas flores.
Lembro-me bem de sua feição cheia de orgulho
Esperançosa de viver de novo aquela quimera,
Ela era sempre assim, expressão maior de amores.
Logo após ela partiu, ainda bem me lembro,
Quando a revi pela última vez senão em sonhos
E recordações que me ocorrem a cada momento.
E hoje, quando de novo se aproxima setembro,
A saudade se apresenta como pesadelo medonho
Que assalta este coração repleto de sentimento.
A cada noite, na solidão em que vivo no presente,
Tomo-a nos braços e a cubro de beijos de saudade
Plenamente retribuídos pelos tantos seus...
E entre lágrimas que rolam por nossas faces se sente
Esse amor que se perpetua com a própria idade,
Sayonara é mais, muito mais que um mero adeus.