Ruas e Nós
Sob meu olhar nu
que andas sobre ruas,
cicatrizes e nós
Há horas que desbotam
líquidos que escorrem
lágrimas de sangue
de um tempo distante e frágil
O instante turvo
debruça no choro
do sol que talha a alma
Meu corpo há
várias estações,
restos e aflições
As cores são instáveis e
amolecem com o tempo
Meus ossos são encobertos
com pele de anil,
adormecem na dor
O tempo é fingimento, é desatino,
é norte, súplica do acontecimento
No cais de um coração nobre
afino meu ritmo perdido
que bate sem frieza.