Terras do Além de Mim

É tudo sempre muito frio

Em terras frias,

É tudo sempre muito distante

Em terras distantes...

Será por isso que os meus barquinhos de papel

Nessas águas não viajam mais, brancos e cintilantes?

É tudo sempre muito noite

Em terras escuras,

É tudo sempre muito inacessível

Em terras inacessíveis...

Será por isso que os meus impossíveis sonhos

Nem nos sonhos são mais possíveis?

É tudo sempre muito perdido

Em terras já muito perdidas,

É tudo sempre muito esquecido

Em terras já muito esquecidas...

Será por isso que minhas ilusões, que morriam e renasciam,

Já não podem mais ser renascidas?

É sempre muito inútil sofrer

Em terras onde não há bálsamos,

É sempre muito inútil chorar

Em terras onde o choro nada revela...

Será por isso que acho tanto inútil

Chorar e sofrer por ela?

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 28/09/2007
Reeditado em 17/10/2008
Código do texto: T671984
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