Terras do Além de Mim
É tudo sempre muito frio
Em terras frias,
É tudo sempre muito distante
Em terras distantes...
Será por isso que os meus barquinhos de papel
Nessas águas não viajam mais, brancos e cintilantes?
É tudo sempre muito noite
Em terras escuras,
É tudo sempre muito inacessível
Em terras inacessíveis...
Será por isso que os meus impossíveis sonhos
Nem nos sonhos são mais possíveis?
É tudo sempre muito perdido
Em terras já muito perdidas,
É tudo sempre muito esquecido
Em terras já muito esquecidas...
Será por isso que minhas ilusões, que morriam e renasciam,
Já não podem mais ser renascidas?
É sempre muito inútil sofrer
Em terras onde não há bálsamos,
É sempre muito inútil chorar
Em terras onde o choro nada revela...
Será por isso que acho tanto inútil
Chorar e sofrer por ela?