[...]
[...] E foi eu quem ficou ali!...
Por horas apáticas, sem ter consciência do que sucederia após o temporal.
Tranquei as portas e fechei as janelas, foi inútil, entraste pela fresta quase imperceptível.
Mas, observaste a minha fraqueza, e tomou-me para si!
Isso foi uma atenuante para o meu surto, lapsos de psicose aguda.
Um "ser" sem nada ter, e de mais nada apetecer...
Almejei voar mais alto que os céus, caí o mais profundo dos abismos. Crucifiquei na Cruz a minha carne em retalhos, ainda sangrei alí por horas...
Perdi o rumo do paraíso, adentrei pelas crostas infernais, o cheiro de enxofre impregnando em minhas entranhas.
Não sou mais do que uma estranha, em um mundo sem lei, perdida entre o caos e a bonança.
Às vezes, perco-me no tempo e me vejo poeta, noutras eu me sinto apenas uma criança.