PALAVRAS EM PALAFITAS
O que nos cria, nos recria
Quando do sonho avassalador
É sentido obrigatório adiante
Opositor da dor
O que procria, de leve oscila
Quando da ilusão ardida
É tentativas de novo
Repositório da elegia
Eu não tragos sons em vão
Não rabisco letras de algodão
Preciso de ouvidos e olhos
Pra abastecer meu eu
Meu ego infinitesimal
O que revira minha ira
Quando na luz, a sombra revela
É de leve o sopro em vela
Destinatário desconhecido
Eu não vibro pelo tom da hora
Não são minhas as vozes miúdas
Mas me compadeço pelo preço
Cobrado quando da escolha errada
Na sacada a frente da tragédia
Indeléveis dedos tateiam
Medrosos, momentos intrusos,
Na busca frenética
Pela redenção.