PALAVRAS EM PALAFITAS

O que nos cria, nos recria

Quando do sonho avassalador

É sentido obrigatório adiante

Opositor da dor

O que procria, de leve oscila

Quando da ilusão ardida

É tentativas de novo

Repositório da elegia

Eu não tragos sons em vão

Não rabisco letras de algodão

Preciso de ouvidos e olhos

Pra abastecer meu eu

Meu ego infinitesimal

O que revira minha ira

Quando na luz, a sombra revela

É de leve o sopro em vela

Destinatário desconhecido

Eu não vibro pelo tom da hora

Não são minhas as vozes miúdas

Mas me compadeço pelo preço

Cobrado quando da escolha errada

Na sacada a frente da tragédia

Indeléveis dedos tateiam

Medrosos, momentos intrusos,

Na busca frenética

Pela redenção.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 13/08/2019
Código do texto: T6719724
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