Melancolia II
Estava acostumado também,
cotidiano de estar longe.
Não sei se insisti,
se persisti, não fui longe.
Mas lembro bem que dei a última palavra.
Tentamos esclarecer a dor no peito.
Sem telefonema, sem mensagem.
Estamos quietos, porém inquietos.
Como a alma vai descansar assim..sem tu.
Incompletas pétalas.
Estações de vida que passam sempre.
À deriva de nós que partimos discretamente.
Novamente,
não temos adeus.
Sem língua e coragem, distante de nos amar.
Do que fomos um dia, aves indomáveis,
hoje somos aves tibetanas.
Perdi meu lápis e hoje escrevo assim,
a cor do texto negro que choro
em contraste do amor que brilha.
Está em dor de mata selvagem, minha flor.
Sinto-te chorar dentre o coração.
Galhos que arranham a pele
tiram o sono dos jardins.
Mancho-te em mim desde que
escrevo teu nome,
não há universo que rasgue tua cor.
Tu és minha essência de perfume
colhida no mais belo jardim do meu coração.
Te coloco em frasco transparente para
admirar a flor que compõe meu amor.
Gosto de suas lágrimas, pois foi assim
que vivemos juntos.
Quando for chorar,
sussurre meu nome para que eu te ame.