Moço Triste

Ah moço triste...

Sua sina de vida

Foi interrompida

Por uma Ventania..

Estava quieto ele.

Cabisbaixo medita,

Tarde fria do dia,

Ele ensimesmado, 

Casmurro, amuado

Consigo, insatisfeito.

"Deus é  tão perfeito,

Eu sou o oposto Seu.

Nada por vontade fiz

Vivendo, só aprendiz

Não tenho objetivo,

Pareço ser instintivo,

Porque sou assim?"

De chofre acontece!

Rajada de ar irrompe

Derruba tudo que há: 

Papéis voando, lápis 

Objetos arremessados,

Bibelôs são arrancados,

Pela violência do ar.

Era impulsiva Ventania!

Ela vai se lançando, 

Inconsequente bramia. 

Areja e destrói, dicotomia

Mas nunca passa impune.

O moço triste vendo-a

Pensou em seu destino.

Ele estava se construindo,

Era ainda um projeto vivo,

Em si era vivo laboratório 

Assim como a ventania.

Porém mais evoluído. 

Não era cega sua força, 

Ele fazia suas escolhas,

Optaria pelo bem somente.

Isso o faria mais gente.

Assim sentiu seu poder

Caminho de livre escolher.

Ficou menos triste o moço, 

Bonito ele já era!

E assim, alma sincera, 

Prosseguiu...