DOS INÍCIOS
O desespero é quase como um longínquo sonho em eterna formação
Na mente daqueles que sonharam a paz, a voz e os breves desejos.
O amor é a meia-luz na chuva de um sonoro aplauso,
Ante as sensações e os sabores de um canto à tarde.
A paz é o desejo frenético, árduo e distante daqueles que não conseguem acordar.
O tempo é o que mais se perde e o que mais deixa saudades,
Apesar de não nos dar escolhas ou novas chances.
O medo é o que marca o ser humano desde tempos antigos.
O corpo é a carne, a matéria e o modo de sentir a implacável força do tempo.
O vento é um deus ridículo e obtuso, que leva à força
O que não pode ter com jeito e calma; que deixa as mulheres seminuas,
Para delírio do poeta: sonhador de todos os sonhos.
O poema deveria ser a palavra, mas é apenas o silêncio e o desespero dos inícios.