DOS INÍCIOS

O desespero é quase como um longínquo sonho em eterna formação

Na mente daqueles que sonharam a paz, a voz e os breves desejos.

O amor é a meia-luz na chuva de um sonoro aplauso,

Ante as sensações e os sabores de um canto à tarde.

A paz é o desejo frenético, árduo e distante daqueles que não conseguem acordar.

O tempo é o que mais se perde e o que mais deixa saudades,

Apesar de não nos dar escolhas ou novas chances.

O medo é o que marca o ser humano desde tempos antigos.

O corpo é a carne, a matéria e o modo de sentir a implacável força do tempo.

O vento é um deus ridículo e obtuso, que leva à força

O que não pode ter com jeito e calma; que deixa as mulheres seminuas,

Para delírio do poeta: sonhador de todos os sonhos.

O poema deveria ser a palavra, mas é apenas o silêncio e o desespero dos inícios.

João Barros
Enviado por João Barros em 12/08/2019
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