Melancolia
Sinceramente,
perdido.
Perco minhas vontades mais íntimas.
Vejo escritas salvas de pessoas
que serão amadas, e perdidas.
Um beija-flor voou, era primavera
e eu, era dor.
Lentamente consumidos,
engolidos e vomitados.
São todas verdades próprias xingadas a nós.
Que meu amor há de se salvar desta tortura
que cegam nossos olhos verdes.
Sofro pelas minhas vontades perdidas.
Não vale um sorriso meu amor,
muito menos terá valor minha melancolia.
Triste e belo.
Acorrentado.
Murmúrios espreitam minha solidão.
Contrastes que desonram.
Cansado de ler mundos sujos.
Lateja em minha boca.
Gosto de ódio sem odiar.
O passe áspero toca constelações
que choram de agonia, de dor.
As vozes não são caladas,
mas não existe súplicas para viver.
Independente do lado que venha a dor,
piscadas sorrasteiras sangram no breu da alma.
Não posso fazer, mas há quem irá.
Tantas e tantas poesias e textos,
tudo pelo ser,
e pelo seu próprio amor-existir.
Está acabando o sono, o sonho.
Finaliza-se o que destrói.
Gavo-te.
Desinteressante que ilumina sem enxergar.
Se enxergo, não sinto,
se não sinto, não enxergo.
Falo línguas que lambem.
Transformo a mais densa cor em arco-íris.
Póstuma dor, me guie sem guiar,
doa sem doer.