Filhos III
Uma criança é uma parte de você e uma parte da sua esposa. Ninguém faz filho sozinho (salvo em caso de crime), sem querer, é preciso haver consenso, desejo, ainda que não exista amor entre o casal. A responsabilidade da criação do filho passa pelo mesmo processo. É preciso que haja consenso e bom senso para criar uma filha ou um filho e vê-lo crescer com sanidade social e equilíbrio no processo de se tornar adulto. Essa criança vai se tornar pai ou mãe e a possibilidade de reproduzir tudo o que você ensina é real e pode ser um sucesso, um fracasso ou você pode não se reconhecer nas figuras de sua descendência. Para nossa cultura, isso é o caos, porque decidimos dar importância vital à propriedade privada, quer dizer que o patrimônio que você construiu vai ser administrado por alguém que tem apenas seu DNA, nada mais. Essa parte que você retirou de si mesmo para construir uma nova pessoa depende cem por cento de sua proteção, seu carinho, sua doação maternal/paternal. Nao faça de qualquer forma. A criação de um filho é uma tarefa que requer consenso e responsabilidade mútuos, afinal, uma criança é fruto da união de duas pessoas e, por isso, ambas devem se empenhar em garantir que ela cresça com sanidade social e equilíbrio emocional. É importante lembrar que a educação que os pais transmitem aos filhos é fundamental, pois eles serão responsáveis por reproduzir esses valores na vida adulta. Porém, isso não significa que o patrimônio material não tenha importância, mas sim que ele não deve ser considerado mais importante do que os laços emocionais e afetivos entre pais e filhos. Afinal, é por meio desses laços que os pais poderão contar com o apoio e cuidado dos filhos na velhice. Assim, é essencial que a criação dos filhos seja feita com doação consciente e responsabilidade, para que sejam construídos laços sólidos e duradouros entre pais e filhos. Afinal, esse filho ou filha, o que você criar, vai cuidar de você na sua velhice.