SOMBRA SEM DONO
O que quero
De mim
Nem eu mesmo
Consigo imaginar
Talvez um verso
Meio insípido
De caráter ríspido
Só para criticar
Ou um poema mudo
Sem voz de veludo
Que acima de tudo
Possa me tocar
Afronto minha poesia
Degladiamos , homem e arte
Mas vejo que é utopia
Existir sem poetar
Como uma sombra sem dono
Não sei quem sou
Nem onde estou
Ou para aonde vou
Neste ínfimo pensar