A indiferença.
Vejo sobre a penteadeira,
Aquela foto de casamento.
Mentes que não mais se entendem,
Parecem zombar em pensamento.
Entre eles instalou-se,
Uma enorme barricada.
Com tiroteio de palavras,
Vidas quase que afastadas.
A medida que tentavam,
Desatar o que estava conturbando.
Um escondia do outro,
O que estavam procurando.
A noite as vezes ela chorava,
Sussurrando e lamentava.
Ele deitado ao seu lado,
Nem notava o inverno, que ela atravessava.
Cimentada pela argamassa indiferença,
Lentamente a parede foi subindo.
Quando um dia tentaram se tocar,
Recuaram na frieza da pedra, impossível de atravessar.
O amor não morre no momento de ira,
Nem quando os corpos ardentes perderam a paixão.
Morre estagnado, ofegante e exausto,
Aos pés de uma parede que jaz na solidão.
Zabele Rosa.
13/07/2019.
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