Pintura de Gernaide Cezar


Talvez seja.

Sem saudades do amor que não sei
As flores oxidam o meu silêncio
Ocultando na sombra o atalho
Que decota a angústia na noite tensa
 
O sereno molha a esperança em tempo
Deitando um sonho na minha face pálida
Alargando o abismo de um olhar inútil
A noite surge no verso que lateja na luz
 
A palavra é o verbo da poesia que segue
E na cadência o amor perpassa sem rima
Fica a lembrança clara de um outro tempo
Fragmentos silenciam a minha consciência
 
Sem paroxismo viajo por dentro da vida
Abraço os meus segredos com calma
Sinto que guardo em silêncio uma joia
Para não formalizar nenhuma tristeza
 
Tenho medo das marcas que o tempo faz
Pela saudade que tenho e nunca vejo
Na tarde onde escorrem minhas dúvidas
Que satisfaz a ânsia e o prazer de amar




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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 08/08/2019
Reeditado em 12/08/2019
Código do texto: T6715597
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