Opróbrio
Opróbrio
Entre insones pensamentos
Desfaleço ante extenuante cansaço
E entre oníricas imagens me desfaço
Recriando pesadelos e tormentos
Iludo-me ante a taça cheia
Donde verdades e mentiras transbordam
E nela, demônios me afogam
Enquanto meu corpo sofre a peia
Molestado no arcabouço de meu ser
Violentado pelos pesares inescrutáveis
Causados por males insondáveis
Dum espírito louco por perecer
Então recobro meus sentidos
Entre lágrimas e soluços, eu grito
Revivendo novamente a cena aflito!
Neste terrível círculo perdido
Amaldiçoado, amargando meu opróbrio
Noites ensandecido e dias de morte lenta
No trago de uma taça opulenta
E que consigo permanecer sóbrio
Eduardo Benetti