Eu em Cacos
Transmuto o meu mundo em cadinhos e páginas
Tentando encontrar as chaves desse portal
Que transporta por entre as dimensões
Elevando o teor das percepções
Reajo e engajo minha concepção
Planejo em meus cálculos as fórmulas do eu
Enfrento os pesadelos sem mais distinção
E acordo em um mundo latente
Já não vejo as verdadeiras formas de mim
O real se escondeu entre a luz e a treva
Arrebatando-me em um tombo sem fim
Juntando os meus cacos espalhados por terra
Penumbras contínuas desfalecem a flor
Que enfeita essa lápide marcada de dor
Os vermes famintos fazem seu papel
Meus versos desfeitos atrás desse véu
Sentidos ocultos em cada palavra
Ditando a jornada que não tem parada
Eterno preâmbulo da obra inacabada
E o que restou de tudo foi um simples vazio