GRITO PERDIDO
A natureza pede socorro e tenta de todas as formas se defender,
Mas não sabe até quando pode resistir.
O seu grito é abafado pelos ecos de motores e máquinas,
Que se alastram pelo seu seio, desfigurando-a de uma forma cruel.
Máquinas estas que são manobradas pelas mãos dos homens como pinceis,
Que aos poucos vai mudando a tonalidade de suas cores;
Tão vivas e fortes, transformando-as, em sombras obscuras.
Com isso, espécies estão entrando em extinção...
Até a própria palavra EXTINÇÃO, um dia estará extinta.
No final de tudo isso, esse ser tão “RACIONAL”
Que é “o homem”, se sentirá realizado,
Por ter conquistado seus objetivos
E poderá viver sua vida vulnerável,
Respirando fumaça, se alimentando de cinzas e bebendo gasolina.
Quem sabe!...Ou melhor, vivendo como canibais,
Devorando-se uns aos outros, porque nada lhe restou,
A não ser o próprio, a sua imagem e semelhança.
E o grito que soará do homem, será como aquele da natureza,
Que tanto pediu, diu, diu, diu...
Mas ninguém a escutou.
Pobre destino...Pobre planeta...
Somente sobrará a ti e a tua terra...
Nada mais, nada mais...
Jackson Brandão