POEMA DESTRAMBELHADO
Paulo César Coelho
Ando vendo espíritos de borboletas
Almas incandescentes de vaga-lumes
Delírios saudosos de uma cambaxirra aflita.
Ando ouvindo as vozes dançantes
Da madrugada muda. Espaçonaves
Distantes sobrevoam o meu quintal.
Não me fazem mal!
Ando colhendo fruta
Em uma macieira morta
Tirando bicho-de-pé
De uma cobra em fuga...
Ando trepando em goiabeiras
Sórdidas, tomando banho quente
Para me jogar na chuva,
Juntando dinheiro
Para jogar nas ruas
Zombando da felicidade
Que não foi embora...