POEMA DESTRAMBELHADO
Paulo César Coelho

Ando vendo espíritos de borboletas
Almas incandescentes de vaga-lumes
Delírios saudosos de uma cambaxirra aflita.

Ando ouvindo as vozes dançantes
Da madrugada muda. Espaçonaves
Distantes sobrevoam o meu quintal.

Não me fazem mal!

Ando colhendo fruta
Em uma macieira morta
Tirando bicho-de-pé
De uma cobra em fuga...

Ando trepando em goiabeiras
Sórdidas, tomando banho quente
Para me jogar na chuva,

Juntando dinheiro
Para jogar nas ruas
Zombando da felicidade
Que não foi embora...

 
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 06/08/2019
Reeditado em 26/10/2019
Código do texto: T6713581
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