APAGANDO

APAGANDO

Nas janelas cerradas

Moram almas que sonham

Utopias de novos dias

Abraçam corpos quentes que

Mais adiante estarão frios

Cobertos de flores mortas

Peles decompostas

Vermes felizes empanturrados

De carne obscena

Saindo de cena

Um anjo sem asa acena

Fim de tudo

Até da terra agora morta

Pela insurreição dos costumes

Dos controles remotos

Que apagaram as imagens

Antes verdes e azuis

Agora negras

Calcinadas de inconsequências

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 05/08/2019
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