POEMA-BRINQUEDO

Ainda é cedo

para cessar de brincar.

Ouço cantar o passaredo

no arvoredo do meu pomar.

Chilreiam as avezinhas

umas com as outras, vizinhas;

parecem crianças, alegres a falar.

Estão sempre a cantar!

Não quero ter medo

delas imitar a alegria,

a leveza e a pureza,

neste meu caminhar.

Quero da vida ser aedo

e a beleza do dia-a-dia

poder celebrar.

Desejo que meu enredo

seja sempre um folguedo;

e que eu possa, como albedo,

a clara luz espalhar

num poema-brinquedo!