Perdão
Perdão para fora
São palavras ao vento;
Perdão para dentro
É o sossego do coração.
Perdôo como quem contempla
Sereno o passar de um tufão.
Perdoar é esquecimento
E o tempo, senhor da razão.
Perdôo como quem repousa
À exaustão de todos os prantos
Pois que após os desencantos
O novo rasga; inunda; ousa.
Como o aço frio da navalha
Perdão se forja no ardor das brasas.
E após perdida a batalha
Das cinzas, a fênix: asas.