casaco e coturno
Pervaguei como mandastes.
No caminho, um cruzamento
dois abismos:
um azul de céu,
um verde de mata.
Ambos sem fim.
Absolutos.
Atraentes em seus tons.
Onde me lançar, sendo uma, não duas?
Vesti casado de um, coturno de outro.
Chorei até a embriaguês
avessadora de corações.
Toquei meu imo.
O êxtase veio de mim,
de inundada brancura
na minha medida
no meu tom.
Andei reversa,
abstendo-me do caminho
de dois abismos,
disposta a debruçar
no meu próprio precipício.