[O] CULTO
Muitos entram no templo atrás de Deus
Muitos louvam não vendo ou tocando a carne
Querendo tantos contemplar o sagrado seu
Olhares no altar e um fogo no íntimo
Onde está meu Deus? Onde está sua imagem?
O sol se põe ao longe na serra
E a lua abrilhanta as quimeras próprias
Numa reunião do espírito e do sangue
Numa dimensão sem zodíaco ou caos
Em um lume de perguntas e dilemas
Vendo no rosto do irmão o culto
Pois, o amanhecer é um fogo santo e puro
Onde existe a tempestade?
Quando uma lágrima?
Ó porquê das várias faces de Deus?
No âmbito da luz e uma redoma de sombras
Querendo o lugar dos pés tocar o Paraíso
Muitos adentram os aposentos de Javé
E na súmula do amor cristão se abraçam
Na atmosfera das velas e de centenas almas
Indo buscar uma saída pro seu vazio
Sempre no rosto dos irmãos a bem-aventurança; lutando contra os pecados terrenos
Eles oram, eles clamam, eles adoram, eles amam
Contemplando no âmago a centelha do Rei
E colhendo as sementes da caridade
Ó Deus a tua aurora eu vejo!
Na tua bondade e carinho
No segredo do coração e nas profundezas de um adeus
Chamem por Deus nessa terra ó criaturas!
Invoquem Aquele que vos conhece
E sintamos a essência da Cruz
Eles oram no culto e se abraçam
Sonham com o Céu que é real
Morrerão, mas florescerão!
São os filhos da luz que cantam
São os filhos do futuro século
Pois, o sol já se pôs
O amor não foi embora mais
A semente é plantada
As trevas se dissipam no poder do perdão
É a loucura de Deus se mostrando superior à sabedoria Humana
No louvor de tantas poesias
No sorriso dos santos
Na paz do Senhor que ilumina
O portal do Paraíso se abre
Porquanto, é o culto envolto em mistério numa Epifania mística
Silêncio!... Pois, no culto; Deus vai falar.