afogada de querer

minhas brisas vão mudar o mundo.

as minhas brisas vão mudar o mundo!

sou pouca pra isso tudo.

a minha raiva vai destroçar relações,

o nervosismo corroer minha pele,

o medo paralisar minha alma.

a ansiedade me matar com o tempo.

tempo mentira - momento memória.

dias abismos de chão de vento.

consequência de ato, se não morre logo, mato,

selvagem até a altura do joelho

insignificante como pentelhos

corta poda sangra tira enfeia fere

se não olha não nota?

o café de um dia pro outro boiando formigas.

-se pular ali morre?

-mas é doce!

fuma do teu açucar, morra na minha úlcera

me afoguei.

era água e pó preto em excesso, era chegada e dane-se o processo

não morreu,

não matei,

suicidou.

acabei de jogar o café na pia

não uma, muitas, tantas.

valeu a pena na hora, formiga?

afogada de querer

aqui e naquele tempo.

morta de mim

em minha bebida

Beleléu Leléu
Enviado por Beleléu Leléu em 04/08/2019
Código do texto: T6712393
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