afogada de querer
minhas brisas vão mudar o mundo.
as minhas brisas vão mudar o mundo!
sou pouca pra isso tudo.
a minha raiva vai destroçar relações,
o nervosismo corroer minha pele,
o medo paralisar minha alma.
a ansiedade me matar com o tempo.
tempo mentira - momento memória.
dias abismos de chão de vento.
consequência de ato, se não morre logo, mato,
selvagem até a altura do joelho
insignificante como pentelhos
corta poda sangra tira enfeia fere
se não olha não nota?
o café de um dia pro outro boiando formigas.
-se pular ali morre?
-mas é doce!
fuma do teu açucar, morra na minha úlcera
me afoguei.
era água e pó preto em excesso, era chegada e dane-se o processo
não morreu,
não matei,
suicidou.
acabei de jogar o café na pia
não uma, muitas, tantas.
valeu a pena na hora, formiga?
afogada de querer
aqui e naquele tempo.
morta de mim
em minha bebida