O QUE SE APRENDE NA VIDA
Poema de:
Flávio Cavalcante
Foi vencida pela perversa idade
E pelos longos anos mal vividos
O que sobrou na vida foi a saudade
Momentos que não foram construídos
Rugas que o tempo insiste em marcar
Peso na vida de uma árvore frondosa
Acúleo pontiagudo insiste em furar
Toda caminhada na estrada rochosa
As mãos atadas crespas e encaliçadas
Das fendas feitas e refeitas pelas agruras
Das lutas e guerras de facas e espadas
Se findam na tumba deixando as ranhuras
Resta agora pedir ao pai toda clemência
Das faltas e falhas insanas cometidas
Momento de impura causa e demência
Antídoto para molhar todas as feridas
Conformado com o desgaste do tempo
Deitado no caixote tenro e trancafiado
Deixando para traz todo e qualquer exemplo
Levando da vida um turbilhão de aprendizado