A menina e a cachopa
Lá no alto da montanha
Um ipê eu avistava
Borrão dourado no verde
O pote de ouro que sonhava.
Airosa cachopa roubei
Atrevida e sem pudor
Prendi-a em meu peito vazio
E meu coração ficou multicor.
Alguns dias se passaram
E a cachopa escureceu
Meu coração deixou desbotado
Chorando a cor que pereceu.
Deus como sempre comandante
Do meu barco a naufragar
Disse, menina tome jeito
Esta cor não vais ganhar.
A tela da sua vida
Que tens para pintar
As cores é você quem escolhe
Mas terás de cativar.
Não cobice a cor do outro
Busque a sua por direito
O colorido de cada um
Vem do amor que floresce no peito.